quarta-feira, 20 de abril de 2011

Permito-me



Permito-me...
Permito-me hoje a companhia tranquila de mim mesma. Sem ruídos, exceto os que habitam em meus pensamentos desde...sempre.
Há tanto tempo acompanhada(tempo demais) do relógio sempre sem tempo, dos compromissos, dos diálogos nunca pedidos, das convivências nem sempre desejadas, das ditas obrigações dos adultos. De tudo, o relógio é o mais sovina. Sempre sem tempo extra, apressa-nos até em nossos batimentos cardíacos.
O desgraçado pensa que o mundo vai acabar e o pior é que nos convence disso. Como se, ao atrasarmos dez minutos pela manhã, a empresa não abriria, os clientes começariam a gritar por atenção, o chão se abriria em fendas, o trânsito pararia, a cidade ruiria. E por instantes, até acreditamos nas inverdades compulsivas do maldito relógio.
Nossa mente, carente de tempo para si, de prazer do mais puro ócio, encontra arte até em enquadramentos visuais dos mais inusitados.
Tempo. Assunto sempre difícil.

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