Saudades do caboclo escrevedor. Pensava durante toda a manhã, que passamos os últimos meses um tanto afastados. Ele parece não ter feito esforço para encontrar-me. Eu, achando que me bastava a escrita sem seu olhar bem humorado, cínico, debochado e... infantil. Pensei-me mais adulta na condição de tentar escrever coisas de gente grande de forma mais solitária.
Ao que parece, cometi um engano de julgamento.
Claro, a saudade aumentada agora por conta de dores da perda dolorosa.
Talvez também, porque o caboclo tenha acompanhado muitas viagens escritas, impulsionadas pelo amor vivido. Foi companhia a esquadrinhar cada detalhe de um período de transformação. Foi companhia sóbria em muitas noites de chilenos sedutores.
É difícil para as pessoas imaginarem o cara. É gratificante espiar naquele campo de visão que temos além dos limites da tela do computador, os olhos e expressões do ser. Visualizo imediatamente suas reações ao que estou escrevendo.
É de fato a companhia que ando precisando. Como ele fazia ao bater em minha janela, ou simplesmente aparecer do nada, vou agora fazer o mesmo.
Tenho que achá-lo. Ele deve pensar que foi esquecido por mim. Pode andar por outras paragens a acompanhar outra pessoa.
É hora de voltar à vida paralela. Era muito feliz enquanto ia e vinha nos fios de prata.
Se a vida não pode presentear-me com o que penso ser o sonho sonhado ideal, que venham os universos paralelos e suas cores.
Que venha o encontro com amigo querido.
Que venham todas as possibilidades e ângulos, ainda que etéreos, até que eu termine de cumprir o que vim fazer aqui.
27.10.2010
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