Pensava na rapidez com que as coisas acontecem. Parecem-nos tão lentas, às vezes intermináveis, mas não são. Nada é. O mundo gira, o tempo passa(e não volta, só ensina quem tiver olhos para aprender).
De um estado das coisas a outro, é um “clic” no relógio do Universo. De uma visão sem sonhos ou perspectivas, outros panoramas se desenham. Num “clic”.
A morte de outros é bem elucidativa sobre tudo. Pensamos “como passou rápido, parece que foi ontem” (e foi). Somos perecíveis como bananas expostas. A lição de algumas perdas, é o perdão. per...das, perd...ão, combinam até na raíz.
Tudo passa rápido demais e precisaremos ir sem bagagem, especialmente as imagens ruins que colecionamos de forma burra durante o percurso. É preciso perdoar.
É preciso zerar o hodômetro a cada tanto, mesmo que isso deixe um imenso vazio. Há que se preencher, reconstruir-se de novas e boas bagagens. É preciso sonhar novos e bons sonhos. É preciso repaginar, redecorar, mesmo que seja a casa branca, no meu caso.
Há menos de um ano, ouvi várias vezes “...realiza um sonho e faça-se feliz!!”. Penso que não um , mas um de cada vez, que seja. Penso que, há tão pouco tempo os via inalcançáveis e hoje tão mais palpáveis, quando já me contentava com apenas pensa-los. Se tem uma coisa que aprendi apenas nos últimos anos, foi a sonhar. Vejo que jamais sonhara antes. Quanta estrada entre seu nascimento e hoje. Quão limitados somos nas horas mais difíceis.
Ouvi em outro momento pedagógico, que “os maiores obstáculos podem ser teias de aranha que podemos afastar, com a leveza do movimento das mãos”.
Num período de um ano fui capaz de aprender a sonhar, depois ver o sonho ruir, depois querer sinceramente partir para outra esfera (por pelo menos quatro vezes), para depois lentamente e a seguir num “clic”, vislumbrar até mesmo morar em outro país, aposentar-me de algumas amarras locais, aprender finalmente a fluir o maldito inglês, que na verdade sempre esteve dentro de mim e porque agora me interessa, apenas flui, errada ou acertadamente, me faço entender... e bem.
Aproximadamente setenta dias me separam das estradas de outras paisagens. É esse o tempo de que disponho para preparar-me. A partir daí, é tempo de projetar e abrir o “i-déia’s –coffee & business", tempo de passar quatro meses aqui, outros quatro em Chicago, tempo de promover negócios, eventos e arte. Muita coisa a fazer. Muitos sonhos a realizar, mais do que pude imaginar. Tempo de “viajar”, porque temo mais nada nessa vida.
O medo e a falta de perdão podem deixar-nos de paralisados, até levar-nos à morte.
Por tudo que vi, vivi e vivenciei de outras almas que não a minha, nada temo mais. Aprendi minhas lições e as de outrem.
Decidi ser feliz. Fria e planejadamente( a expressão existe?). Num “clic”, minha criatividade e bagagem, a meu favor. Os uivos dos lobos com quem convivi mostraram sua força, mas e também, sua vulnerabilidade. O Universo e Sua logística ensinaram-me que posso comprar uma carroça ou um trem bala. Estou disposta a voar.
Coragem e bagagem são a melhor receita. Especialmente, quando não se teme mais nada.
Posso até ter adquirido nova couraça, mas consciente, jamais perderei a Déia. Sou, estou e irei a Déia que sou.
...pensando no perecível e no temporário, outro dia quis testar o que adoro... café, açúcar e canela e, claro, no vento que passava por acaso. O tempo passa... a vida passa. Apenas, não esquece que as vidas continuam, uma após outra. De forma inexorável.
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